
A aproximação do verão aumenta o alerta para a dengue. A combinação das altas temperaturas com chuvas frequentes e maior circulação de pessoas durante as férias mantém o risco de transmissão elevado nas férias.
Com sintomas que frequentemente são confundidos com outras condições, como a gripe — que também causa febre, dor no corpo e indisposição — e outras arboviroses, como zika e chikungunya, é importante estar atento aos primeiros sinais para evitar que o quadro se agrave.
Principais sintomas da dengue
O infectologista André Bon, médico do Hospital Brasília e do Exame Medicina Diagnóstica, explica que a dengue é uma doença febril, que se inicia de forma súbita e costuma durar em torno de uma semana. Os primeiros sintomas costumam incluir:
- Febre alta;
- Dor no corpo, nas articulações, de cabeça e atrás dos olhos;
- Sensação de cansaço;
- Falta de apetite;
- Náuseas e vômitos;
- Manchas pelo corpo.
Alguns sinais podem demonstrar que o paciente está evoluindo para formas graves. São eles:
- Dor abdominal intensa;
- Vômitos intensos e persistentes;
- Acúmulo de líquido;
- Alterações do nível de consciência;
- Sonolência.
“A dengue classicamente dura em torno de sete dias, por ser uma doença autolimitada. Porém, nas formas graves, as complicações podem durar mais tempo. Qualquer paciente que apresente sintomas como esses precisa buscar atendimento médico urgentemente”, afirma o infectologista.
Como a doença evolui?
De maneira geral, a febre inicia de forma aguda, podendo persistir por três a sete dias. Quando acaba, inicia-se o momento de maior preocupação da dengue.
“No momento que a febre cede, é que se iniciam as complicações da doença. É nesse momento que o indivíduo precisa de maior atenção e prestar atenção aos sinais de alerta.
Como diferenciar a dengue de outras condições?
A principal diferença da dengue para a gripe é que a primeira não causa sintomas respiratórios como tosse, coriza, nariz entupido e espirros, por exemplo.
“A presença de sintomas respiratório leva a pensar mais em uma virose respiratória do que em uma arbovirose, como dengue, zika e chikungunya”, afirma a infectologista Melissa Falcão, membro do comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Segundo a médica, para diferenciar a dengue da chikungunya, a principal característica é a intensidade da dor nas articulações. “Na chikungunya, a dor é incapacitante, tão forte que atrapalha o dia a dia do paciente. Na dengue ela é menos intensa e com menos inchaço nas articulações. Já na zika, o principal sintoma é a coceira, muitas vezes sem febre”, explica.
Preciso procurar atendimento médico com sintomas leves?
O infectologista André Bon ressalta que mesmo pessoas com sintomas leves devem procurar atendimento médico devido ao risco de complicação do quadro.
“A dengue é uma doença potencialmente grave. Por isso, todo mundo com suspeita da doença precisa procurar atendimento médico. A avaliação é fundamental para estratificar o risco do paciente”, afirma.
Redução de casos não permite baixar a guarda
Dados do painel de monitoramento do Ministério da Saúde mostram que o país registrou 1,6 milhão de casos prováveis até novembro, aproximadamente 75% a menos do que no mesmo período de 2024, quando foram registrados 6,5 milhões de casos prováveis.
Mas o número não deve ser visto como um convite para baixar a guarda. Pelo contrário. É preciso continuar com os cuidados para evitar água empoçada e a proliferação do mosquito Aedes aegypti durante todo o ano.
“A redução é bem-vinda, mas não significa que o risco desapareceu. O verão reúne todos os elementos que favorecem o mosquito — calor, chuvas e mais circulação de pessoas. A vacinação se torna uma aliada fundamental e proteger quem vive em regiões com maior transmissão, como o Sudeste e o Centro-Oeste”, afirma a infectologista Rosana Richtmann, consultora em vacinas da Dasa e infectologista no Delboni Salomão Zoppi e Lavoisier.
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