Escolas públicas celebram o Dia do Meio Ambiente com iniciativas inovadoras

Projeto do CEM de Taguatinga Norte leva alunos a áreas de preservação como a Chapada dos Veadeiros há 22 anos

Por Thays de Oliveira, Ascom/SEEDF

Arthur Vilela, Thayanne Aparecida e Elisa Guimarães participam de atividades que estimulam a pesquisa científica, a escrita e o desenvolvimento de portfólio | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF.

No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta-feira, 5 de junho, o Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN) celebra os 22 anos do projeto Cerrado Vivo. Essa é uma das iniciativas das escolas públicas do DF que aborda a educação ambiental, presente no currículo da educação básica da rede de ensino público do Distrito Federal.

A proposta é levar estudantes a áreas de preservação como o Jardim Botânico e a Chapada dos Veadeiros, incentivando o estudo do Cerrado com aulas teóricas e de campo sobre os principais pontos de preservação do bioma brasileiro.

A professora Eliana Maria da Conceição assumiu o projeto após a aposentadoria da docente Edijane Amaral e destaca a importância da descoberta do Cerrado pelos alunos. De acordo com ela, a ação é de caráter interdisciplinar, abrange disciplinas como biologia, história, geografia, podendo também estimular a escrita e a produção literária sobre esse importante bioma.

“É interessante porque os estudantes vão adquirindo uma consciência muito grande em relação ao Cerrado. Nas saídas de campo, os próprios alunos apresentam os conteúdos estudados previamente. Eles desenvolvem consciência crítica, argumentação e interesse real pelo Cerrado”, explica a professora Eliana.

“Antes achava que o Cerrado era só um monte de mato seco. Mas quando visitei o Jardim Botânico, descobri espécies incríveis como o Chuveirinho e a Palmeira Juçara. Eu me apaixonei pelo bioma”, conta Arthur Vilela Santiago, 18 anos, aluno do 3º ano e integrante do projeto desde 2023.

Pesquisa e novas descobertas

A professora Eliana trabalha os diferentes aspectos do Cerrado com os discentes | Foto: André Amendoeira, Ascom/SEEDF.

O Cerrado Vivo exige dedicação dos alunos, que antes das visitas em campo são estimulados a realizar pesquisas com a elaboração de trabalhos aprofundados sobre as características do Cerrado e os impactos do desmatamento. As atividades são avaliadas pelos professores, constituindo um portfólio escrito que perpassa os 22 anos de realização do projeto.

A aluna Elisa Guimarães Freitas, 17 anos, do 3º ano, conheceu a iniciação científica por meio do Cerrado Vivo e teve a oportunidade de realizar um estudo sobre o bioma para o Sesi Lab. “Hoje em dia estou colhendo os frutos desse projeto, porque eu estou trabalhando em outros grupos de pesquisa científica, que têm me ajudado bastante”, conta a jovem que realizou a produção de um cordel sobre o Cerrado.

Já a estudante Thayanne Aparecida, 17, enfatizou a importância de estudos para a preservação do Cerrado. “O Cerrado é o segundo maior bioma. É extremamente importante para nós, afinal ele abastece as maiores bacias hidrográficas do Brasil“, finaliza a adolescente.

Sustentabilidade na rede pública

Para a diretora de Educação em Tempo Integral da Secretaria de Educação do DF, Érica Soares, a educação ambiental é uma ferramenta essencial para formar cidadãos conscientes, críticos e comprometidos com a sustentabilidade e deve ir além da simples educação ambiental.

“Na rede pública, esse trabalho vai além da ecologia ou da reciclagem. É uma ferramenta transformadora, que promove o pertencimento, o cuidado com o espaço coletivo e a compreensão de que pequenas atitudes geram grandes impactos”, afirma Érica.

Além de atender aos princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os projetos estimulam o pensamento científico, a interdisciplinaridade e a construção de soluções sustentáveis. Dessa forma, o aprendizado torna-se mais relevante e alinhado à realidade dos alunos, proporcionando uma formação mais completa e significativa.

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