Policial Militar é Afastado da Ruas Após Agressão a Motociclista na Cidade Estrutural DF

Por: Jornalista Kelven Andrade

O policial militar Leonardo Souza Guedes de Araújo foi afastado das ruas e realocado para funções administrativas após um episódio de agressão contra um motociclista na Cidade Estrutural. O caso ocorreu no último dia 24, quando o policial desferiu um tapa no rosto de um jovem de 21 anos durante uma abordagem, fato que foi registrado em vídeo.

Entenda o Caso

Segundo relato da vítima, a abordagem ocorreu quando ele retornava de uma oficina, onde havia tentado instalar retrovisores na motocicleta que acabara de adquirir. No entanto, devido a débitos pendentes do veículo, os policiais informaram que a moto seria apreendida. O motociclista, ao questionar o destino do veículo e as multas aplicadas, afirmou ter sido agredido.

“Perguntei para onde minha moto iria e quais multas seriam aplicadas. Não me informaram. Eu disse que sabia dos meus direitos. Nessa hora o policial me deu o tapa”, relatou o motociclista.

O jovem, que utilizava a motocicleta como meio de trabalho, lamentou o ocorrido:

“Levei um tapa na cara na frente da minha comunidade. Estou totalmente humilhado. Sou trabalhador, um homem de família. Como um policial dá um tapa na cara de um cidadão, quando deveria defender o Estado e a comunidade? É revoltante.”

Impedimentos para Registro de Ocorrência

Após a agressão, o motociclista tentou registrar o caso na 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) e realizar exame no Instituto de Medicina Legal (IML). Segundo ele, os policiais se recusaram a registrar a ocorrência, orientando-o a fazer o procedimento pela internet ou diretamente na Corregedoria da Polícia Militar. O motociclista também tentou atendimento na base da PMDF na região, mas novamente enfrentou negativa.

Ações Legais

A advogada do motociclista, Jéssica Marques, classificou a conduta dos policiais como desproporcional e destacou a ausência de justificativas para a agressão.

“Meu cliente não tem passagem. É um trabalhador. Não houve ameaça, afronte ou desacato. E, se houvesse, era para algemar e levar para a delegacia, não para agredi-lo.”

Além do registro online, a defesa pretende levar o caso à Corregedoria da PMDF e ingressar com ações cíveis indenizatórias contra os responsáveis.

Investigação e Repercussão

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) confirmou o afastamento do policial e a abertura de um inquérito interno para apurar o caso, após cobrança do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

A Polícia Civil (PCDF), por sua vez, destacou que todas as delegacias têm a obrigação de registrar as demandas apresentadas pelos cidadãos, exceto em casos que não configuram registro de ocorrência. A corporação reforçou que o cidadão deve ser orientado quanto às providências cabíveis e que reclamações podem ser formalizadas junto à Ouvidoria.

O caso levanta questionamentos sobre abordagens policiais e atendimento adequado às demandas da população, colocando em evidência a necessidade de ações que reforcem a transparência e o respeito aos direitos dos cidadãos.

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